fbpx

Tenossinovite de Dequervain (M 65.4)

O punho é o segmento anatômico intermediário entre o antebra-ço e a mão. Sua integridade é responsável pela boa função dos dedos. De acordo com Flatt, o punho é a articulação-chave para toda a função da mão e seus movimentos permitem que a mão seja colocada em grande variedade de posições. Tenossinovite de Dequervain (M 65.4)

A Tenossinovite de Dequervain é bastante comum atualmente e se manifesta por dor na face lateral do punho, geralmente associada a movimentos ou preensão. Tem etiologia associada a atividades com movimentos de repetição.

Etiopatogenia

Tenossinovite de Dequervain (M 65.4)

O quadro clínico da tenossinovite estenosante de De Quervain corresponde a um processo inflamatório que envolve os tendões extensor longo e abdutor curto do polegar na região do processo estiloide do rádio, local onde atravessam um túnel e sofrem atrito. Tenossinovite de Dequervain (M 65.4)

Manifesta-se mais por dor na região desencadeada por movimentos ou preensão, sendo infrequente o aprisionamento óbvio dos tendões. A dor tem caráter variável (pontada, facada, queimação), não sendo raros os casos de relato de dormência e formigamento discretos, talvez pela vizinhança do nervo sensitivo radial, envolvido no processo inflamatório local. Este pode ser bastante intenso, caracterizado por edema, rubor e calor evidentes, quando a dor também chega a ser insuportável. Toda a região é dolorosa. mas a dor mais intensa à palpação está situada exatamente sobre a apófise estiloide radial. Tenossinovite de Dequervain (M 65.4)

A extensão passiva ou ativa do polegar quase sempre produz muita dor, que é mais intensa à flexão, devido à intromissão dos tendões espessados dentro do túnel osteofibroso.

Diagnóstico

O quadro clínico da tenossinovite estenosante de DeQuervain é bastante típico, praticamente não sendo necessário nenhum tipo ele exame de imagem ou laboratorial para comprová-los.

A ultrassonografia pode ser realizada, mostrando aquilo que já se sabe (espessamento dos retináculos, a presença de líquido na bainha sinovial) ou, eventualmente, alguma lesão associada, como um cisto sinovial em localização não habitual.

O diagnóstico diferencial pode ser feito com as sinovites proliferativas, como a artrite reumatoide ou uma doença de depósito, da qual o paciente, em geral, já é conhecedor. Nesses casos, um eventual dedo em gatilho ou De Quervain se trata apenas de manifestação secundária ou associação ocasional.

MANOBRAS OU TESTES ESPECIAIS

Tenossinovite de Dequervain (M 65.4)

É usado para diagnosticar a tenossinovite do primeiro compartimento dorsal (tendões do abdutor longo do polegar e do extensor curto do polegar). Esse teste consiste em produzir uma flexão acentuada do polegar, que é aprisionado na palma da mão pelos dedos, estando o punho em desvio radial: ao se fazer o desvio ulnar do punho com o polegar assim aprisionado, os tendões espessados penetram no túnel produzindo sua súbita distensão e dor intensa. O teste é positivo quando o paciente refere dor na região do processo estiloide do rádio.

Atividades Laborais:

  • Uso de chave de fenda;
  • Montagem de equipamentos eletrônicos;
  • Uso prolongado de tesouras.

Causas ocupacionais:

  • Movimentos repetitivos do polegar;
  • Polegar mantido elevado e/ou abduzido durante atividades;
  • Pinça de polegar associada à flexão, extensão, rotação ou desvio ulnar repetitivo do punho, principalmente se associado com força
  • Desvio ulnar de punho
  • Repetitividade
  • Força envolvendo

Tratamento

Tenossinovite de Dequervain (M 65.4)

O tratamento de um dedo em gatilho depende da intensidade das queixas do paciente e do grau de aprisionamento dos tendões flexores. Os casos do grau I e II são, em geral, de tratamento incruento (sem derramamento de sangue), com base no uso de anti-inflamatórios não esteroides (AINE) por um período relativamente curto (uma a duas semanas) e tratamento fisioterapêutico.

Bloqueios anestésicos, associados a um corticosteroide de liberação local lenta, é uma possibilidade concreta, pois desinflama a bainha sinovial rapidamente e proporciona alívio duradouro dos sintomas. Às vezes, essa possibilidade esbarra na não aceitação por parte do paciente, que deve ser respeitada. O tratamento fisioterápico compreende o uso de órtese de imobilização dos dedos afetados por um período de uma a duas semanas, durante o qual podem ser empregados, também, os denominados recursos analgésicos e anti-inflamatórios (ultrassonoterapia, laserterapia, estimulação elétrica transcutânea, crioterapia e outros). O uso desses recursos deve ser continuado depois de removida a imobilização, associando-se aos exercícios de alongamento das estruturas comprometidas. As recidivas são relativamente frequentes e podem ser tratadas como acima descrito, até que não haja mais resposta positiva. Para esses casos, e para os mais graves, dos tipos III e lV, principalmente, o tratamento cirúrgico é a solução, pois é praticamente inócuo e isento de possibilidade de recidivas.

Conclusão

A publicação do Ministério da Saúde do Brasil de 2001 refere que, do ponto de vista laboral, a tenossinovite estenosante do estiloide radial, excluídas as causas não ocupacionais e existindo no ambiente laboral posições forçadas, repetitividade, ritmo de trabalho penoso, podem ser classificadas como doenças relacionadas ao trabalho, do Grupo II da Classificação de Schilling, em que o trabalho pode ser considerado cofator de risco, no conjunto de fatores associados com a etiologia multicausal dessas entidades.

Conheça a PericialMed