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Quais São as Doenças Mais Frequentes do Trabalho?

As principais queixas musculoesqueléticas são tipicamente dor (mais comum), instabilidade ou disfunção ao redor das articulações. Como os sintomas e sinais geralmente são inespecíficos, reconhecer a combinação esperada de sintomas e sinais do exame físico pode ajudar a facilitar o diagnóstico clínico. Os pacientes podem descrever sintomas de “bloqueio” ou “travamento”, sugerindo desarranjo interno nas articulações. Sintomas de “instabilidade” ou “frouxidão” sugerem lesão ligamentar; no entanto, esses sintomas também podem ser devidos à dor causando inibição muscular. Quais são as doenças mais frequentes do trabalho?

Muito vem sendo perguntado “Quais São As Doenças Mais Frequentes do Trabalho?” Assim o blog da PericialMed traz as patologias as quais são mais recorrentes no ambiente de trabalho, venha conhecer!

1. Coluna Vertebral (lombar)

Quais São as Doenças Mais Frequentes do Trabalho?

A lombalgia idiopática ou inespecífica, na qual não se encontra um substrato para sua causa, apresenta significa­tiva relação com insatisfação laboral, obesidade, realização de trabalhos pesados, sedentarismo, depressão, litígios tra­balhistas, hábitos posturais e outros.

Muitos trabalhadores, de diversos tipos de profissão tem limitações frequentes de atividades diárias devido a dor aguda ou crônica na região da coluna Lombar, sendo uma das queixas mais frequentes da população em geral, segundo inquéritos de incidência e prevalência realizados em todo o mundo. A lombalgia ou dor lombar, tanto em idosos como em jovens ocupa muitas vezes o primeiro lugar de destaque entre as causas de concessão de auxílio-doença previdenciário e de aposentadoria por invalidez.

Os casos de lombalgia estão relacionados com atividades que envolvem contratura estática ou imobilização, por longos períodos. Estando também envolvidos com o estresse crônico, esforços repetitivos, elevação e abdução dos membros superiores acima dos ombros e vibrações do corpo todo. Sendo classificada por Schilling como doença relacionada ao trabalho, do Grupo II, sendo o trabalho nessas condições considerado fator de risco, no conjunto de fatores de risco associados com a etiologia multicausal da entidade. Podendo, o trabalho, ser considerado como concausa.

O monitoramento e a avaliação das dorsalgias no ambiente de trabalho é de suma importância para o tratamento e principalmente para a prevenção, observando o modo como as tarefas são realizadas, principalmente naquelas que envolvem o levantamento de peso, trabalhar sentado por muito tempo, em posições forçadas. A lombalgia é uma doença bastante presente no trabalho.

Leia mais sobre Dor Na Coluna Lombar Relacionada ao Trabalho em: https://pericialmed.com/dor-nas-costas-pode-ser-do-trabalho/(abrir em uma nova aba)

2. Lesão por Esforço Repetitivo ou Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho (Ler/Dort)

Quais São as Doenças Mais Frequentes do Trabalho?

A Lesão por Esforço Repetitivo ou Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho (LER/DORT) é uma das mais importantes causas de afastamento e destaca-se entre as maiores repercussões na saúde do trabalhador decorrentes das transformações do trabalho, principalmente dos novos modelos organizacionais e de gestão.

Os serviços de referência em saúde do trabalhador de diversas regiões do país recebem uma alta demanda de trabalhadores portadores de LER/DORT, que buscam associar legalmente o diagnóstico com o trabalho, orientações previdenciárias e recursos terapêuticos (SETTIMI et al., 1998).

As lesões por esforços repetitivos e os distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho são, por definição, um fenômeno relacionado ao trabalho (KUORINKA; FORCIER, 1995). Ambos são danos decorrentes da utilização excessiva, imposta ao sistema musculoesquelético, e da falta de tempo para recuperação. Caracterizam-se pela ocorrência de vários sintomas, concomitantes ou não, de aparecimento insidioso, geralmente nos membros superiores, tais como dor, parestesia, sensação de peso e fadiga. Abrangem quadros clínicos do sistema musculoesquelético adquiridos pelo trabalhador submetido a determinadas condições de trabalho.

Entidades neuro-ortopédicas definidas como tenossinovites, sinovites e compressões de nervos periféricos podem ser identificadas ou não. São comuns a ocorrência de mais de uma dessas entidades nosológicas e a concomitância com quadros inespecíficos, como a síndrome miofascial. Frequentemente são causas de incapacidade laboral temporária ou permanente.

Fatores de Risco

A etiologia dos casos de LER/Dort é multifatorial. Diferentemente de uma intoxicação por metal pesado, cuja etiologia é claramente identificada e mensurável, nos casos de LER/Dort é importante analisar os vários fatores de risco envolvidos direta ou indiretamente. Os fatores de risco não são necessariamente as causas diretas de LER/Dort, mas podem gerar respostas que produzem as lesões ou os distúrbios. Na maior parte das vezes, tais fatores foram estabelecidos por meio de observações empíricas e depois confirmados com estudos epidemiológicos (KUORINKA; FORCIER, 1995). Quais são as doenças mais frequentes do trabalho?

Os fatores de risco não são independentes: interagem entre si e devem ser sempre analisados de forma integrada. Envolvem aspectos biomecânicos, cognitivos, sensoriais, afetivos e de organização do trabalho. Por exemplo, fatores organizacionais como carga de trabalho e pausas para descanso podem controlar fatores de risco quanto à frequência e à intensidade.

Na caracterização da exposição aos fatores “físicos” de risco não organizacionais, quatro elementos se destacam:

Regiões anatômicas submetidas aos fatores de risco.Punho, cotovelo, ombro, mão, pescoço, etc.
Magnitude ou intensidade dos fatores de risco.Para carga musculoesquelética, por exemplo, pode ser o peso do objeto levantado. Para características psicossociais do trabalho, pode ser percepção do aumento da carga do trabalho.
Variação de tempo dos fatores de risco.Duração do ciclo de trabalho, distribuição das pausas, estrutura de horários, etc.
Tempo de exposição aos fatores de riscoO tempo de latência das lesões e dos distúrbios pode variar de dias a décadas.

Os grupos de fatores de risco para LER/Dort podem ser relacionados com:

  • O posto de trabalho ( posturas, suportar determinadas cargas e a se comportar de forma a causar ou agravar as afecções musculoesqueléticas);
  • Exposição a vibrações;
  • Pressão mecânica localizada;
  • posturas;
  • carga mecânica musculoesquelética excessivas;
  • A invariabilidade da tarefa;
  • fatores organizacionais e psicossociais ligados ao trabalho.

Há que se ter bom senso na análise de cada caso, não se levando à risca apenas as condições estudadas. Cada caso devem ser vistos como orientadores e não determinantes, devendo sempre abrir possibilidades para novas formas de exposição aos fatores de risco para a ocorrência de LER/Dort. Quais são as doenças mais frequentes do trabalho?

Diagnósticos diferenciais das principais afecções osteomusculares relacionadas ao trabalho:

AfecçãoSituações de TrabalhoDiagnósticoDiagnóstico Diferencial
Epicondilites CotoveloProno-supinação, abdução de antebraço em esforço estático e prolongado, flexão de punho em atividades de desencapar fios, operar motosserra, chapiscar paredes, desossar e cortar carnes, cortar canaAnamnese e história ocupacional compatíveis; exame físico: de dor em epicôndilos lateral ou medial à hiperextensão de extensores e flexores, respectivamente.Doenças reumáticas e metabólicas, contusões e traumas, hanseníase, neuropatias periféricas.
Síndrome do Túnel do CarpoMovimentos repetitivos(*) de flexão e extensão de punhos em digitação, em linhas de montagens, atividades de empacotar, localizar o código de barras dos produtos no caixa, colheita de laranjas.Anamnese e história ocupacional compatíveis; exame físico: manobras de Phalen e Phalen invertido, tinel ou compressão do punho positivasGravidez e climatério,artrite reumatoide, lúpus, diabetes, trauma.
Tendinite do Supra-espinhosoElevação com abdução dos ombros e força em atividades industriais e de serviços.Anamnese e história ocupacional compatíveis; exame físico: Manobras de Jobe, Neer e arco doloroso acima de 60° positivos.Bursite, traumatismo, artropatias, doenças metabólicas
Tendinite da Porção Longa do BícepsCarregar objetos e manter em supinação, estaticamente, os antebraços, contra a gravidade e afastados do tóraxAnamnese e história ocupacional compatíveis; exame físico: Manobras de Yegarson positivasArtrose acrômio clavicular, osteofitose na goteira bicipital, radiculopatias C5-C6
Tenossinovite dos Extensores dos dedosFixação antigravitacional do punho. Movimentos repetitivos de digitação e operação do mouse.Anamnese e história ocupacional compatíveis; exame físico: dor, edema e/ou crepitação à palpação dos punhosAertrite reumatoide, síndrome simpático-reflexa ombro/mão
*Repetição do mesmo movimento ou ciclo de trabalho em intervalos inferiores a trinta segundos, sem pausa ou intervalos para a recuperação das estruturas osteomusculares.

As atividades em grupos complementando os procedimentos terapêuticos com pacientes com LER/DORT têm sido utilizadas desde o início dos anos 1990 (LIMA; OLIVEIRA, 1995). Elas têm possibilitado que os trabalhadores acometidos saibam lidar de forma mais autônoma com o seu quadro clínico e com as limitações associadas, que eles modifiquem sua forma de trabalhar e de realizar as atividades de vida diária e que também possam amenizar o sofrimento advindo da doença e da culpabilização a eles atribuída pelo adoecimento do qual são vítimas.

3. Sofrimentos Psíquicos Relacionados ao Trabalho (Ansiedade)

Quais São as Doenças Mais Frequentes do Trabalho?

Os transtornos de ansiedade configuram um dos transtornos psiquiátricos mais comuns entre os trabalhadores e provocam grande demanda nos serviços de saúde. A ansiedade é caracterizada por um sentimento vago, difuso e desagradável de apreensão, que pode ser experimentado das mais diversas maneiras por cada indivíduo. Está presente no desenvolvimento normal do ser humano, permitindo que a pessoa se prepare para situações adversas, como ameaças físicas, dor, ou situações de separação ou perda.

O transtorno da ansiedade generalizada consiste em uma preocupação excessiva e abrangente, acompanhada por uma variedade de sintomas somáticos, que causa comprometimento significativo no funcionamento sócio-ocupacional ou acentuado sofrimento. Quais são as doenças mais frequentes do trabalho?

A ansiedade envolve vários fatores, como stress, sentir-se nervoso, desconfortável ou tenso. A rotina corrida e a pressão no trabalho, só intensificam esses aspectos.

Alguns pontos podem ser favoráveis para gerar/intensificar uma crise de ansiedade, como por exemplo, o não cumprimento de prazos ou a demora para realizar tarefas diárias; esquecimento de tarefas importantes; incapacidade de manter-se focado por muito tempo; ter muitas sequências de dias improdutivos; problemas pessoais interferindo cada vez mais no ambiente de trabalho; problemas físicos como tensão, dores de cabeça e dor no estômago.

Características clínicas:

O quadro clínico é caracterizado por ansiedade generalizada e persistente, não restrita a uma situação ambiental ou objeto específico, acompanhada de queixas clínicas que envolvem três áreas principais:

  • Tensão motora: tremor, abalos, tensão muscular, inquietação, fadiga fácil, dores;
  • Hiperatividade autonômica: palpitações, sensação de asfixia, sudorese, mãos frias e úmidas, dificuldade de deglutir, sensação de nó na garganta;
  • Vigilância: impaciência, sobressaltos, sensação de incapacidade, dificuldade de concentração, insônia, irritabilidade, lapsos de memória. Quais são as doenças mais frequentes do trabalho?

Diagnóstico:

O diagnóstico baseia-se na presença de ansiedade ou preocupação excessiva sobre diferentes circunstâncias da vida, por pelo menos seis meses. Há dificuldade em controlar essas preocupações e a ansiedade causa intensa aflição ou prejuízo significativo. O diagnóstico diferencial deve ser feito com as condições clínicas que possam causar ansiedade, como intoxicação por cafeína ou abuso de estimulantes; abstinência de álcool e sedativos; transtorno do pânico, fobias, TOC, transtorno depressivo e distimia.

Leia mais sobre Ansiedade no Trabalho em: https://pericialmed.com/ansiedade-no-trabalho/(abrir em uma nova aba)

Tratamento

O tratamento desses trabalhadores não deve considerar apenas aspectos clínicos, mas também psíquicos, e deve incluir também uma preparação para o retorno ao trabalho, algumas orientações para a melhor forma de realizar as atividades laborais e a própria modificação do trabalho. Nesse sentindo, é necessária a atuação de diversos profissionais, como médicos, psicólogos, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, ergonomistas, assistentes sociais, dentre outros, para garantir a análise global da problemática.

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