Ergonomia e Prevenção de Lesões Ocupacionais

Ergonomia, também chamada de engenharia de fatores humanos é o estudo das demandas físicas e cognitivas do trabalho para garantir um local de trabalho seguro e produtivo. A função dos especialistas em ergonomia é projetar ou melhorar o local de trabalho, estações de trabalho, ferramentas, equipamentos e procedimentos dos trabalhadores de modo a limitar a fadiga, o desconforto e as lesões, ao mesmo tempo em que atingem com eficiência os objetivos pessoais e organizacionais. O objetivo é manter as demandas do trabalho dentro das capacidades físicas e cognitivas das pessoas que executam essas funções. Descubra mais sobre a Ergonomia e Prevenção de Lesões Ocupacionais nesse texto da PericialMed!

Ergonomistas, engenheiros industriais, profissionais de saúde e segurança ocupacional e, mais importante, as pessoas que executam e supervisionam o trabalho podem trabalhar juntos para melhorar o projeto de trabalhos e estações de trabalho que tenham características inseguras ou tenham causado lesões. Controlar erros, movimentos desperdiçados e danos de ferramentas e materiais e melhorar a qualidade também são objetivos importantes. Os princípios de design e melhoria do trabalho discutidos neste capítulo são relevantes para todos os setores da indústria, e os exemplos são extraídos de escritórios, assistência médica e manufatura.

Abordagem Para Prevenção de Lesões Ocupacionais

Os profissionais de saúde devem procurar oportunidades frequentes para visitar as áreas de trabalho e familiarizar-se com os procedimentos de trabalho, equipamentos e condições de trabalho. Uma maneira de redesenhar empregos inseguros e insalubres é reestruturar a forma que o trabalho vem sendo aplicado, reformulando o dia a dia dos trabalhadores e analisando o modo de trabalho dos funcionários.

A ajuda de um ergonomista ou engenheiro industrial muitas vezes será necessária. Esses profissionais devem se preocupar com a saúde e a segurança dos funcionários, bem como com a produtividade, porque os dois geralmente estão intimamente relacionados. Por exemplo, eliminar etapas desnecessárias por meio da aplicação de técnicas de gerenciamento enxuto também pode reduzir movimentos repetitivos e, portanto, a exposição ao risco dos trabalhadores.

Trabalhos problemáticos também podem ser identificados discutindo tarefas de trabalho que são exigentes com os funcionários ou usando listas de verificação de fatores de risco. O próximo passo é realizar uma análise mais detalhada do trabalho ou tarefa de alto risco para identificar e priorizar os fatores de risco. Em seguida, são identificadas estratégias específicas para reduzir os fatores de risco mais importantes, discutidas com as partes envolvidas.

Custo-Benefício das Atividades Preventivas

O suporte gerencial é fundamental para o sucesso e os gerentes devem ser informados sobre os impactos esperados de custo, produtividade e qualidade de um programa de ergonomia. Os gerentes devem ser alertados de que os treinamentos iniciais podem levar a um aumento nos relatos de lesões, mas todas as evidências na literatura indicam que o impacto a longo prazo dos programas de ergonomia é reduzir os custos gerais e a gravidade das lesões relacionadas ao trabalho.

Os custos indiretos de distúrbios musculoesqueléticos, como salários de funcionários substitutos (indenização), custos de treinamento para trabalhadores substitutos, redução de produtividade e redução de qualidade geralmente somam três a quatro vezes mais do que os custos diretos de despesas médicas e de reabilitação. Melhorias no projeto e procedimentos da estação de trabalho ou da ferramenta geralmente têm um período de retorno de menos de 1 ano quando os custos da intervenção são comparados com os custos totais dos distúrbios musculoesqueléticos.

Embora a reformulação do trabalho geralmente se concentre na redução dos fatores de risco para distúrbios musculoesqueléticos comuns (por exemplo, tendinite do punho ou lombalgia), os benefícios secundários podem incluir a redução de lesões agudas (por exemplo, fraturas, lacerações, contusões e distensões) e melhoria na qualidade do produto.

Reduza Posturas Incômodas

Tarefas, ferramentas e estações de trabalho devem ser projetadas para evitar posturas que se mantem desajeitadas por muito tempo. Não há nada de errado em ocasionalmente mover as articulações em toda a sua amplitude de movimento no trabalho. No entanto, posturas desajeitadas que são mantidas por várias horas ou repetidas ao longo do dia de trabalho podem representar um problema.

Trabalhar com as mãos acima da altura do ombro por longos períodos pode levar a distúrbios nos ombros, na parte superior das costas e no pescoço. Essas posturas de ombros desajeitadas sustentadas podem ocorrer durante o trabalho de construção, montagem e reparo de automóveis ou trabalho no armazém. A flexão sustentada do tronco é vista frequentemente em trabalhos agrícolas ou de construção. Ergonomia e Prevenção de Lesões Ocupacionais

O Instituto Nacional de Segurança e Saúde Ocupacional (NIOSH) e a Academia Nacional de Ciências revisaram os estressores físicos ou fatores de risco que estão associados a distúrbios da extremidade superior e pescoço e dor lombar. Esses fatores de risco são:

• A aplicação de forças sustentadas ou altas
• Posturas desajeitadas sustentadas
• Movimentos rápidos e repetidos
• Estresse de contato
• Vibração
• Ambiente frio

Classicamente, dentre os fatores de risco para a saúde e segurança dos trabalhadores, presentes ou relacionados ao trabalho, a classificação dos fatores ergonômicos e psicossociais diz:

“decorrem da organização e gestão do trabalho, como, por exemplo, da utilização de equipamentos, máquinas e mobiliário inadequados, levando a posturas e posições incorretas; locais adaptados com más condições de iluminação, ventilação e de conforto para os trabalhadores; trabalho em turnos e noturno; monotonia ou ritmo de trabalho excessivo, exigências de produtividade, relações de trabalho autoritárias, falhas no treinamento e supervisão dos trabalhadores, entre outros; Ergonomia e Prevenção de Lesões Ocupacionais

A rigor, não se espera ou se exige que o médico do trabalho seja capaz de fazer uma análise detalhada do trabalho, utilizando, por exemplo, as referências e o instrumental da Ergonomia, da Higiene ou da Segurança do Trabalho ou da Sociologia. Porém, é fundamental que seja capaz de fazer uma vistoria ou levantamento prévio das condições e ambiente de trabalho para que tenha os elementos necessários para nortear e subsidiar sua prática e assessorar a gerência na tomada de decisões sobre aspectos preventivos e assistenciais e, quando na qualidade de perito do juiz, poder se embasar em fatos concretos e científicos para elaborar a sua conclusão sobre o caso em que esteja realizando a perícia médica trabalhista. Ergonomia e Prevenção de Lesões Ocupacionais

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